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LISBOA MENINA E MOÇA

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Added by miamigo
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23.04.2020 - Lembro-me, como se fosse hoje, que a primeira vez que levaram a ver fado, detestei. Devia ter 8 ou 9 anos e, pela mão da minha mãe, dirigimo-nos a um espaço na margem sul, cujo o nome não me recordo, para assistir a uma sessão de Fado Vadio. Parecia que me estavam a torturar. Foi tão boa a experiência que só ouvia, muito de vez em quando, em casa da minha avó materna (e era o "Não passes com ela à minha rua"), antes de lhe pedir que parasse. Coitada da minha "Bequinhas"!
Pelos meus 13/14 anos comecei a interessar-me pelo inicio do cinema português. Sabia os textos dos filmes de trás para a frente; "A Canção de Lisboa", "O Pátio das Cantigas", O Pai Tirano", O Grande Elias", "Fado"... e pois está claro, tendo eles uma forte componente musical "Fadomente" falando, comecei a apaixonar-me por aquele estilo musical. Todo eu já era "Fado de cada um", "Fado de Estudante", "Os beijos quentes (da Maria Albertina)"..., mas tal como "um puto não pode gostar de Musicais", gostar de Fado é "gostar de música para velhos". E ridiculamente deixei de ouvir a minha consciência, para ligar ao que me dizia a "sociedade". Isso sim, é que era ser fixe!
Ficando ao pó, dentro de mim, até 1999, foi com o nascer de um projeto lindíssimo, chamado "Animatuna de Lisboa", que voltei a limpar o pó ao fado e a tentar, desta vez um pouco mais projetado, mandá-lo cá para fora. O Fado de Estudante e a música que hoje toco para vós têm-me acompanhado desde então.
Lisboa Menina e Moça é, para mim, um hino deste povo à beira mar, estrategicamente e comodamente, plantado. Os portugueses sabem e sentem bem o carinho implícito nas palavras deste extraordinário fado.
Letra de Ary dos Santos, Joaquim Pessoa e Fernando Tordo
Música de Paulo de Carvalho
Para vós, "Lisboa Menina e Moça"

I remember, as if it was today, that the first time my family took me to see Fado, I hated it. I must have been 8 or 9 years old and, by my mother's hand, we went to a Fado's House on the south bank, whose name I don't remember, to attend a Fado Vadio session. It felt like they were torturing me. The experience was so "good" that I only heard it, from time to time, at my grandmother's house (and it was "Não passes com ela à minha rua" fado), before asking her to stop. Poor "Bequinhas"!
By my 13/14 years I started to be interested in the beginning of Portuguese cinema. I knew the texts of the films backwards; "A Canção de Lisboa", "O Pátio das Cantigas", O Pai Tirano ", O Grande Elias", "Fado" ... and having a strong musical component "Fado" speaking, I started to fall in love for that musical style. All of me was already "Fado de cada um", "Fado de Estudante", "Beijos Quentes (da Maria Albertina)" ..., but just like "a kid can't like Musicals", to like Fado is "to like old people songs ". And ridiculously I stopped listening to my conscience, to connect with what the "society" told me. Fado was not cool!
Fado rested in the dust, inside me, until 1999, It was with the birth of a beautiful project, called "Animatuna de Lisboa", that I went back to cleaning fado's dust inside me and trying, this time with my heart and voice. "Fado de Estudante" and the song I play for you today have been with me ever since.
"Lisboa Menina e Moça" (Lisbon, girl and lass) is, for me, a hymn of this piece of land by the sea, strategically and comfortably, planted. The Portuguese know and feel well the affection implied in the words of this extraordinary Fado.
Lyrics by Ary dos Santos, Joaquim Pessoa and Fernando Tordo
Music by Paulo de Carvalho
For a real Fado experience hear it interpreted by Carlos do Carmo
For you, "Lisboa Menina e Moça"

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